O Estrangeiro – Resenha
Autor: Albert Camus
Sinopse
O estrangeiro narra a história de um homem comum que se depara com o absurdo da condição humana depois que comete um crime quase inconscientemente. Meursault, que vivia sua liberdade de ir e vir sem ter consciência dela, mas que subitamente perde-a envolvido pelas circunstâncias e acaba descobrindo uma liberdade maior e mais assustadora na própria capacidade de se autodeterminar. Uma reflexão sobre liberdade e condição humana que deixou marcas profundas no pensamento ocidental, sendo uma das mais belas narrativas deste século.
Resumo
O livro O Estrangeiro começa com Meursault recebendo a notícia da morte de sua mãe. A partir daí, acompanhamos sua jornada enquanto reflete sobre a vida, a morte e o absurdo da existência humana. Meursault é um personagem solitário e indiferente, que não parece ter um senso de moralidade ou emoção. Ele não sente tristeza pela morte de sua mãe e não parece ter apego a ninguém ou a nada.
A vida da personagem começa a mudar quando ele se envolve em um crime e é preso. O assassinato que ele comete é descrito como sendo sem motivo aparente e sem emoção, assim como sua vida até então.
O livro é um retrato sombrio e realista da vida humana e das consequências da falta de emoção e conexão com os outros. Através de Meursault, Camus questiona a moralidade, a justiça e a natureza humana. O personagem principal não é um herói nem um vilão, mas um homem comum que se recusa a seguir as convenções sociais e a agir de acordo com as expectativas dos outros.
O Estrangeiro, portanto, é uma obra-prima da literatura existencialista, que explora a vida e a morte sob uma nova luz. Apresenta uma visão sombria e realista da vida humana, questionando as convenções sociais e a moralidade. O livro é uma leitura obrigatória para quem busca uma reflexão sobre a existência humana e sobre a importância das emoções e conexões com os outros.
Opinião da blogueira
Li este livro em junho/2020 (sim, eu marco as datas de início e fim das minhas leituras, rsrsrs). Mas costumo ter uma memória bem curta. Normalmente com o tempo começo a esquecer dos enredos dos livros que leio, com exceção dos que me marcam de alguma forma. Esse é um caso.
O enredo nu e cru da obra é sobre uma pessoa que leva uma vida mediana, pois tudo está bom, tudo está bem, até que recebe a notícia da morte de sua mãe. Acontece o funeral/enterro, posterior a isso ele faz uma viagem com a namorada e alguns amigos a uma praia, que é onde acontece o assassinato. Não entenda como spoiler, pois em qualquer lugar que você for pesquisar sobre essa obra, esse tema é abordado.
Sabemos que a história gira em torno deste crime e do comportamento de quem o cometeu (Mersault). Mas é justamente aí que o bicho pega. Há quem leia e enxergue simplesmente a história sob essa ótica: crime/julgamento, fim. Só que não é só isso. O livro retrata o comportamento humano.
Eu diria que o Mersault é uma pessoa “diferente” do que se convencionou como politicamente correto, pois não demonstra alegria, tristeza, ambição. Não faz ou diz coisas só pra agradar. No decorrer dos acontecimentos, a gente percebe que o julgamento dele não se concentrou apenas no juri ou no juiz. As pessoas já o sentenciaram simplesmente por ser diferente.
Então, aceitar um café no velório da mãe, ou não chorar por sua morte já foi motivo para não o considerarem uma pessoa “normal”, servindo, inclusive, como agravante na sentença.
A leitura é impactante. O autor escreveu a obra em 1942. Será que mudou muita coisa de lá pra cá? Ainda não somos rotulados de acordo com nosso comportamento, classe social, religião, etc? Será que esses fatores influenciam na imagem que as pessoas fazem da gente? Enfim… conjecturas…
Fica a dica. Livro fininho, mas de uma profundidade enorme
Sobre o autor
Albert Camus foi um escritor e filósofo francês nascido em Mondovi, Argélia, em 1913. Ele é considerado um dos mais importantes representantes do existencialismo, corrente filosófica que se concentra na análise da existência humana e na busca por sentido e propósito na vida.
Camus cresceu em um ambiente pobre em Argel e, apesar de ter se destacado academicamente, não pôde continuar seus estudos por falta de recursos financeiros. Ele trabalhou como jornalista e, mais tarde, se tornou um escritor renomado, produzindo romances, ensaios e peças de teatro.
Sua obra mais famosa, “O Estrangeiro”, foi publicada em 1942 e é um marco na literatura existencialista. Outros trabalhos notáveis incluem “A Peste”, “O Mito de Sísifo” e “O Homem Revoltado”.
Além de suas contribuições literárias, Camus também foi um ativista político e defensor dos direitos humanos. Ele se opôs tanto ao totalitarismo de esquerda quanto de direita e defendeu a ideia de que a liberdade e a justiça devem estar no centro de todas as sociedades.
Mas Camus morreu tragicamente em 1960, em um acidente de carro aos 46 anos. Apesar de sua vida curta, ele deixou um legado duradouro como um dos pensadores mais influentes do século XX.
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